Muito, senão mesmo tudo, já sabe sobre este mano que, quer queiramos quer não, é um dos símbolos do hip-hop nacional, e todos sabemos que foi um dos "10maskarados" do Vui-Vui. À parte a admiração que sinto por este artista, ele é obviamente um dos resistentes do rap de intervenção.
Na letra abaixo, o mano mostra o quão "intimista" é o seu rap, uma característica incomum nos dias actuais, em que em vez de dizer o que realmente somos, inventamos títulos e mais títulos que os nossos ouvidos já estão cansados de ouvir. Lembro-me duma dica que o Ikono deu na Universidade Hip-hop, dizendo que, quando escreve, as coisas funcionam como espelho, em que não vê mais ninguém senão o seu próprio reflexo. Mas chega de sermões, sendo melhor lermos a estrofe abaixo. Brevemente publicaremos a "A morte do artista".
Na letra abaixo, o mano mostra o quão "intimista" é o seu rap, uma característica incomum nos dias actuais, em que em vez de dizer o que realmente somos, inventamos títulos e mais títulos que os nossos ouvidos já estão cansados de ouvir. Lembro-me duma dica que o Ikono deu na Universidade Hip-hop, dizendo que, quando escreve, as coisas funcionam como espelho, em que não vê mais ninguém senão o seu próprio reflexo. Mas chega de sermões, sendo melhor lermos a estrofe abaixo. Brevemente publicaremos a "A morte do artista".
Identidade Elaborada
Identidade elaborada,
certa ou errada,
as vezes sinto que a
admissão é de certo modo forçada,
quando tenho de usar B.I.
tuga p’rá ter a vida facilitada,
quando escondo o que sou
p’rá não me fecharem portas na cara.
Não sou senão um
hipócrita, um farsário,
vivendo como europeu,
orgulhoso de ser africano.
Crises existenciais,
caminhos difíceis de ser tomados.
O que fazer? Abdicar de
privilégios ou aproveitá-los?
Não sou perfeito, tento
ser o mais justo possível,
tenho muitos sonhos,
proponho-me realizar até o inatingível,
e no caminho influenciar
manos para juntos mudarmos de nível,
o percurso é muito longo
e a meta nem ainda está visível.