segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Saudades… só saudades


Confesso que não vos sei dizer o que sinto agora, ao parar e calmante ouvir a música “Saudade” do Colectivo à Resistência. Claro, tudo o que eu disser é suspeito, porque sou um dos integrantes deste grupo. Mas acreditem que enquanto escrevo estas linhas, luto contra as lágrimas que insistem em escorrer dos meus olhos. Para evitar exageros da minha parte, preferi fazer colagens do que Taciturno aka Tião MC, Mr Leos, RNK, Soldado Mensi e Sismo exprimiram ao manifestar as suas “Saudades”, o que eu também sinto neste exacto momento, e nada mais, ao me lembrar que “o tempo é veloz” e “obriga-nos a enterrar os nossos sonhos como coveiros abnegados/ Nada mais nos resta senão viver ao máximo cada momento, cada segundo de um minuto, cada ano de uma vida que nos passa tão depressa e já não volta” – só deixa saudades, ou seja, “o tempo passou mas deixou-nos as lembranças/ viver o que já vivi é utopia da esperança/ o tempo mata o tempo para nascer um novo tempo/ a existência humana é mudada a toda hora/ o sonho de sermos outro ficou lá fora/ bem no fundo do distante, ficou noutrora”, a saudade insiste e ocorre-me um pensamento inevitável: “Se eu pudesse recuar no tempo/Viveria a vida num minuto/e num minuto viver os anos que passei junto de ti”, mas é apenas um desejo e “voam as palavras quando falo sobre ti/ perdido na emoção quase não resisti/ falo pra ti como se estivesses aqui/ mergulhado nos meus sonhos ou mesmo junto de mim/saudades da vida que não vivemos/ dos tempos duros, magros e secos/ uma gota no canto dos olhos no cair do sol ou na entrada do luar/ afogaram-se os sonhos que se poderiam sonhar”. A saudade é insistente, às vezes parece um sentimento bom, aprazível ao nos lembrarmos ao pormenor da vida que passou, mas de repente sinto que “escorrem lágrimas próprias da nostalgia/ reminiscência de momentos coroados de alegria/ a saudade obriga-me a recuar nos dias/ que o tempo levou pela sua incontornável via/ nada pára, o tempo apenas avança/ entre o passado e o presente minha vida balança/ dócil ou amarga é larga a lembrança”. 
Pois é Soldado Mensi, concordo contigo e em alguns momento sinto que “eu tenho saudades daquilo que nunca foi meu/ da grande infância que no tempo se perdeu/… o tempo passa e leva tudo consigo/ deixando só lembranças e a tristeza como abrigo/sou feliz agora por fazer novos amigos/ mas triste por passar tanto tempo escondido/na timidez de tudo quanto senti/ por aquela mulher que até hoje nunca mais vi/ imaginações fazem da mente oca/ e a vontade de voltar no passado sufoca/mas o tempo não pára/ enquanto nós pensamos em recuar/ lentamente avançamos”, é isso mesmo Sismo! Sinto vontade de recuar para ver-te de novo como um “borracho” adormecido no colo da mamã, mas já és crescido e aos 16 anos dás tanto orgulho “puto”, quem teria mais orgulho é obviamente o nosso B.Boy Seque, mas a vida não permitiu, ainda assim, a todos que nos deixaram, contra sua vontade, “eu queria ter-nos aqui para corrigir os meus erros/ poder abraçar-nos e sentir de novo o calor que afugenta/ este frio que preenche a vossa ausência/ viver é urgente/ viver é preciso/ aqui e agora/ que o tempo apenas nos visita e rapidamente se vai embora/ e eu tenho saudades – se eu pudesse recuar no tempo/ viver a vida num minuto/ e num minuto viver os anos que passei junto de ti”. Chega tristeza! Como disse o kota Beto de Almeida, no Atrás do Prejuizo do Katrogi, “Eu vou sorrir pra não chorar/É mais um dia da minha vida/ Vou cantar pra não pensar nas malambas desta vida” – e eu quero cantar sem parar esta pedrada do Colectivo à Resistência: Saudades.
Por Sebastião Vemba
Etiqueta: Kaza daz Rimaz

Sem comentários:

Enviar um comentário

Fazemos tudo, só pela arte!!!